sábado, 7 de maio de 2011

Capitulo 7


  “Até quando você pagou o suficiente, colocou tudo em ordem, ou realizou tudo? Fica a lembrança do bem e do mal...tenho certeza que tudo terminara no lugar. Voce talvez vença, ou perca. Mas ser voce é tudo o que tem que fazer.”  Be yourself – Audioslave.

  Isabella Segatt.

  “- Manheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee – chamou a menina. Acabara de ter outro pesadelo. Nele, ela estava sendo mordida por um homem lindo, ele drenava todo o seu sangue. Isso deixava a garota assustada. Isabella tinha quatorze anos e caminhava lentamente para os quinze. Era uma menina linda, tem cabelos castanhos e enrolados nas pontas, e olhos igualmente castanhos. Simplesmente lindo, seus olhos chocolate profundos, por mais que ela não perceba, são causadores de inveja perante as meninas de sua escola.
    - Outro pesadelo filha? – pergunta a mãe sentando-se na beirada da cama da garota. Eram três horas da manha e a mãe da garota iria ter que se levantar daqui a três horas.
  - Sim mãe – respondeu ela.
  - Foi só um pesadelo querida, volte a dormir, amanha você tem aula – dissera a mãe. E assim a menina o fez.
  No dia seguinte foi para a escola. Lá ela era muito querida, conhecia quase toda a escola, e era amiga de todos, fazia parte do jornal da escola, e só tirava notas boas.

  Seu aniversario chegou, um grande baile de debutante foi dado. Vizinhos, amigos, e familiares, todos se encontravam lá.
  Sua mãe pedira para que a garota fosse até a garagem da grande mansão pegar algo dentro do carro.
  No caminho, ela se deparou com um homem que lhe era muito familiar, e justamente por ele ser familiar, ela passou reto, achando ser algum de seus vizinhos.
  Estava enganada.
  Ele, não era um vizinho.
  Ele era o homem que em seus sonhos drenava o seu sangue.
  E ela simplesmente passou reto, por ele, e ainda deu um aceno com a cabeça. E na volta, a menina viu-o novamente e ficou alguns minutos tentando reconhecê-lo, ele então aproximou-se e perguntou.
  - Isabella Segatt? – a menina suspirou aliviada. Ele devia ser algum conhecido ou parente distante. Ela sorriu docilmente.
  - Sim.
  - Feliz Aniversario – desejou-lhe.
  - Obrigado – respondeu a garota dando um sorriso gentil.
  - Pena que será o ultimo – e mostrou suas longas e pontiagudas presas. Isabella tentou correr, mas o ser misterioso era mais rápido e já estava a sua frente novamente.
  E como se uma lembrança ressurgisse, ela lembrou-se do sonho.
  Ele era o homem do sonho.
  Esse era o sonho, e o sonho tornou-se realidade.
  Mas o sonho era um pesadelo.”
 
*                                             *                                                     *


   - Caroline, ja vai amanhacer, venha para a barraca, ja montamos ela. – disse Mary batendo no vidro do meu lado.
  - Esta bem – disse me separando do abraço de Dave. Apenas dei um sorriso meio constrangido antes de sair.
  - O que houve Carol? – perguntou vendo que eu ainda tinha lagrimas nos olhos.
  - Eu sonhei Mary, de novo. Ja fazia tanto tempo que nao tinha esses sonhos, que agora me abala mais – confecei.
  - Ow Carol, sinto muito – disse ela me puxando para um abraço, e novamente eu chorei. Droga! Eu odeio chorar. Odeio como isso mostra minha fraqueza, principalmente sobre isso. Odeio-me por ter desabado na frente de Dave, justo a ultima pessoa para quem deveria chorar, eu choro, que droga.
  - Vem, vamos entrar – disse Mary separando o abraço e perebi que estavamos ja na frente da barraca.
  Entramos e vimos Tom dormindo com uma mao da barriga e a outra na cabeça, foi impossivel nao rir dessa cena. Mary pegou o celular e quando pensei que tiraria a foto, ela saiu silenciosamente da barraca, logo voltou com uma banana na mão, e, com a delicadesa que só vampiros tem e cuidado, pos a banana na mao dele e fotografou.  Só que como estava escuro, ela teve que por flesh, e o flesh acabou acordando o ‘macaquinho’.
  - Que merda é essa? – perguntou o proprio olhando a banana que acabara de jogar no chao.
  - Nada nao, tava só comendo essa banana, mas ela caiu em voce sem querer, sera que pode me devolver? – mentiu Mary descaradamente. Eu JURO que tentei segurar o riso, mas assim que ela saiu da barraca descascando a banana e dando uma mordida nela, eu nao pude evitar e cai no colchao rindo feito uma louca. Tom olhava para mim com cara de “ você tem problemas garota”.
  - Carol! – exclamou ele subitamente. – Você andou chorando? – perguntou. Droga, como ele percebeu?
  - Como percebeu? – acabei perguntando.
  - Seus olhos, estao um tanto verelhos e ainda ha lagrimas neles.
  - Ah – suspirei. – Eu sonhei de novo – disse baixinho.
  - Oh pequena vem aqui – disse ele batendo ao lado de seu colchao. Sentei-me e ele me abraçou, e disse simpliesmente: Você sabe que é só passado nao é? Sabe que agora é tão diferente, que nem a mesma comida voce come – comentou ele me fazendo rir. – Carol, deixe seu passado para tras, sei que ja te disse isso tudo antes, mas voce tem que superar. Foi voce quem riu por ultimo, elas morreram, e voce continua aqui, lutando contra aqueles que se acham bons. Voce cresceu em sentidos de enteligencia, e viu o tao misterioso futuro, aquele que ninguem sobreviveu para contar, ninguem alem de nós, vampiros.
  - Sim Tom. Eu sei disso, mas talvez eu nao quisesse ter sobrevivido – disse e percebi que havia falado de mais.
  - O que? Como assim talvez nao quisesse ter sobrevivido? – perguntou levantando da cama e ficando proximo a mim.
  - Bem, voce sabe que fui abandonada na quela estrada nao é? Bem, eu nao havia sido abandonada na quele dia, mas sim uns dois dia antes, ja tinha perdido a noçao de tempo.
  Eu acordei em um lugar deserto, as vezes pessoas a cavalo passavam por lá, mas nao me davam atençao pensando que eu era uma mendinga. Eu nao os culpava, meus trapos e minha aparencia suja e magra ajudava muito nesse pensamento. Por horas andei a procura de algo par comer. Ate que achei um pedaço de vidro, mas ja estava muito fraca, sentia que a qualquer hora iria desmaiar. E sentia que nao acordaria mais.
 Precisava acabar com essa sensaçao. Meu estomago revirava e o ar ficava cada vez mais escasso. Meu corpo doia enteiro, e levantar o pedaço de vidro foi um sacrificio, ja estava me arrastando ao acha-lo e quando estava prestes a cortar-me o pulso, a escuridao abateu-me.    O último desejo dela continua sem ser dito – Tokio hotel on the edge.
  - O resto voce ja imagina, voces me encontraram, me trasformaram.
  - Por que nunca nos contou isso Carol? – perguntou Tom me abraçando.
  - Não queria que soubessem que tentava me matar, talvez pensassem que eu era louca e me abandonassem, mas com o tempo virou apenas uma memoria perdida.
  Na quela “noite” tardei a dormir. Podia ver a luz solar atravez do tecido claro da barraca. E isso me incomodava. Dava a sensaçao de que eu iria pegar fogo a qualquer momento. Isso era estranho.
  Mas logo que dormi, a sensaçao passou, e eu não tive sonhos.

(POV Dave)

   Por mais que estivesse cansado, não conseguia dormir. É muito estranho estar tentando dormir de dia, então tardei um pouco a dormir.
  Nesse tempo, fiquei pensando. Pensando na pedra. Pensando em vampiros. Pensando em como isso vai contra nosso conceito. Pensando nela.
 
(POV Caroline)

  Acordei e me encontrei sozinha na barraca. Virei de lado e achei um bilhete.


       “Carol, Tom conseguiu perder as bolsas de sangue. Ele é um idiota.
  Fomos atrás e mais, você estava dormindo então achamos melhor não te acordar, traremos uma para você. Se ele não perder, é claro.
                                 Beijos,
                                       Mary Lee”

  Ótimo, logo agora que acordei faminta. Suspirei.
  Percebi que lá fora o silencio era absoluto. Olhei meu celular e constatei que ainda eram sete e meia da noite, provavelmente eles foram dormir tarde. Deveria ser difícil desapegar a essa rotina de dormir de noite e não de dia para eles.
  E essa pedra louca? UAU. Por mais que eu tente, não me parece tão conveniente que estejam atrás de uma pedra boba. Foda-se que os vampiros e humanos vão morrer. O mundo esta um lixo mesmo, seria até bom. Mas também, os humanos acham que podem mudar alguma coisa, até parece. Depois que a merda esta toda feita, não tem mais como mudar, deveriam ter pensado nisso antes, agora, já não fará mais efeito. Essa pedra até que poderia ser uma “salvação”. Mas já que me comprometi a dete-los, não posso mudar agora.
  De repente uma forte dor de cabeça me atacou. Dobrei meus joelhos em posição fetal e de repente imagens começaram a passar por minha cabeça. Via dois bebes gêmeos. A mãe estava morrendo, e eles estavam a mordendo, como vampiros. Levei as mãos a cabeça. Depois um homem chegava e com um corpo na mão, o corpo de um homem, e pegava os bebes sorrindo. E, em uma velocidade vampiresca, correu. A dor de cabeça aumentou.

 “– Quem são esses? – perguntou uma mulher alta, de longos cabelos lisos e negros, e olhos verdes.  
  - São os aequo* - Respondeu um homem, cujo trazia duas crianças, de aparentemente cinco meses.
 ...
  - O que temos que fazer? – perguntou uma menininha de aparentemente cinco anos. Ela olhava para uma mulher, ela estava ajoelhada a sua frente. Seu irmão estava também a seu lado e encarava a mulher também com curiosidade.
  - Esta vendo aqui? – apontou para o pescoço da mulher, especificamente a sua jugular, o homem mais velho. As duas crianças assentiram. – Esta é uma veia jugular crianças. É aqui que vocês vão saciar sua fome.
  - Mas pensei que aquele liquido vermelho já fizesse isso – argumentou o menino que até então se encontrava calado.    
   - Este liquido vermelho chama-se sangue. E esta dentro do corpo da mulher. Em casa explicar-lhes-ei melhor crianças – respondeu o vampiro mais velho.
   - Mas se o sangue – frisou a menina – esta dentro da mulher, como vamos tomá-lo? – perguntou.
  - Vocês tem suas presinhas certo? – falou a mulher. E os dois assentiram. – Então. Vocês devem cravá-las na jugular – e apontou novamente onde ficava a veia – para que o sangue saia.
 Então a menina foi a primeira a aproximar-se da vitima, que permanecia sentada e inconsciente. Ela gostou do cheiro aparentemente, pela cara que fez. Ela inclinou a cabeça sobre a pobre moça. A menina podia sentir o sangue pulsando em suas veias, ela podia vê-lo correr e isso lhe dava água na boca. Ela inclinou ainda mais a cabeça e encostou os lábios na pele do pescoço da mulher. Então, ela abriu a boca e cravou seus dentes lá.
  A mulher abriu os olhos, e um grito estrondoso ecoou pelo cômodo.
 Mas o grito não vinha da mulher.”  
  O grito era meu! Minha cabeça parecia estar a ponto de explodir, meus olhos, já apertados com força, eu apertei ainda mais, e estava encolhida em posição fetal. Percebi que chorava, um choro auto que mais pareciam gritos de dor. E tão rápido quanto veio, a dor passou. Assim que todas as lembranças, se é que isso eram lembranças (não minhas com certeza) acabaram, sem mais imagens, nada. Um silencio tão opressivo que chegava a gerar mais dor, chegava a ser tão insuportável quanto a dor das imagens. E mais uma vez gritei, na verdade, berrei. Há essa hora já devia ter acordado todos, mas a dor era tanto que nem sequer abrir os olhos eu podia. A dor do silencio. Dor da solidão. Que logo passou, mas ainda não consegui parar de chorar, soluçar, e, neste ponto, tremer. Sim, estava tremendo. Senti braços ao meu redor, mas ainda não conseguia abrir os olhos, simplesmente deixei-me ser abraçada. Pelas batidas do coração, e o cheiro, os braços eram de Tom.
  - Shiii, esta tudo bem Carol, esta tudo bem – tentou confortar-me Tom. – Foi mais um sonho? – perguntou. Apenas neguei com a cabeça. Ainda tremia. Continuava de olhos fechados. Tinha medo do que poderia ver se os abrisse.  – o que houve então Carol, para que você ficasse assim? – novamente perguntou. Senti uma forte rajada de vento, e percebi que me arrastara para fora, provavelmente a busca de socorro. Continuei de olhos fechados. E simplesmente respondi, com voz entrecortada.
  - E-ee-eu me-ei-o qu-u-e vi u-umas lembran-ças sobr-e-e duas crianças, eu n-ã-o sei, eu. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI – gritei novamente. A dor havia voltado, e ao mesmo tempo sumiu. Eu apenas me prendi totalmente ao corpo de Tom, quase chegando a esmagá-lo. Senti sua respiração mudar, para um tom descompassado e senti seu compro se retrair em direção a algo. Não era eu.
   Ao mesmo tempo pude ouvir o barulho de um baque.Nesse momento senti-me sendo levada por Tom para o lado de fora, então, novamente, seu corpo se retraiu em direção a algo, e ele me soltou no chão. E abri os olhos. Vi Dave desmaiado no chão, com uma estaca atravessada em seu ombro esquerdo. E senti minhas presas nascendo, minha boca salivar. Ouvi um rosnado. E de repente alguém que identifiquei como Mary correr em sua direção, como se fosse uma presa, mais uma de nossas caças. O que na verdade, ele era. 


  Zumbi
Eu não estou te ouvindo
Estou perambulando até o fim da existência
Sem propósito e sem controle
Porque no fim, estamos todos vivos, vivos

Dois mil anos eu fiquei vigiando
Esperando o dia tremer

A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça
Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você que me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta

Sopre a fumaça imediatamente dos canos
Beije suavemente meu ardente machucado,
estou perdida no tempo
E também todas as pessoas deixadas para trás
Você está caminhando mudo e cego, cego

E dois mil anos eu fiquei vigiando
Esperando o dia tremer

A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça
Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta
Eu estou morta, estou morta

A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça

Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta

Bem espero que tenham gostado
comentarios?
beijos

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Capitulo 6


    “Eu tomei o veneno. Para ser infectado. Me devolva meu coração. Que seu corpo rejeitou....Estou continuando na dor, que está me consumindo. Está tornando-se meu proprio sangue” Attention – Tokio Hotel

Amy Waldorf

  Amy, a vida toda uma garota doce, estudiosa, linda. Encantadora com seus cabelos loiros e olhos azuis.
  Amy, como a maioria das crianças, teve seu pai, e sua mãe, teve um bom ambiente familiar...
  Ok, Amy, não teve um bom ambiente familiar. Não, nunca. Quando tinha dez anos seu pai morreu em um trágico acidente de carro. Aos doze sua mãe se casou novamente. Um homen encantador Amy admitia a si  mesma. Bom, pelo menos era, até que ele e sua mãe se casaram. Ele batia nela e na mãe..abusava delas. Até os quatorze anos, quando chegou em casa, sua mala estava feita, e se bem se lembrava, essas foram as palavras de sua mae:
  “ Filha – dissera ela com lagrimas nos olhos – ele saiu querida, tempo o suficiente para voce fujir, eu sei que só continua aqui por mim...
  - Mãe, não..eu não posso fazer isso. Não vou te deixar sozinha com esse monstro – tentara argumentar ela.
  - Querida, eu te amo, eu quando digo para fugir, não estou sujerindo estou mandando. – disse a mãe. – Eu te amo filha, e não quero mais te ver sofrer. Fuja, agora! Ver ele fazer isso só me faz sofre em dobro, alivie minha consciência, deixe-me pensar que fiz algo certo uma vez na vida. – disse a mãe já chorando.
  - Mãe..eu não posso, não conseguiria te deixar aqui. Não posso fazer isso com você – diz a menina já com a voz embargada e tomada pelo choro compulsivo.
  - Você pode sim. E vai. Por mim filha, isso..só me faz sofre mais e..
  - Eu te amo mãe, mais que tudo, nunca se esqueça disso. – dissera a menina. E essas foram as únicas palavras trocadas antes de Amy sair pela porta dos fundos com uma mochila lotadas de roupas enfiadas as pressas pela mãe, um celular novo com apenas números de emergência e 1000 dólares que sua mãe tinha guardado.
  Dois meses depois, a mãe da garota suicidou-se. Amy se encontrava na casa de uma gentil senhora que ao encontrá-la na rua e, depois de ouvir sua história e com muita pena da menina, a abrigou em sua humilde casa. Antes disso Amy havia morado três semanas na rua, como uma mendiga, não tomara banhos decentes, apenas em um rio por perto. A menina se encontrava no sul do Canadá, a aproximadamente vinte km de distancia de sua casa. Ela poderia parecer feliz aos olhos de quem a visse. Mas a idosa senhora, com seus longos vividos oitenta anos, via a tristeza no olhar da menina, ouvia seu choro durante a noite, ouvia seus gritos de pesadelos enquanto dormia.
  Amy foi matriculada pela senhora em uma escola perto da região, não fazia amigos, era a excluída, até que um dia, uma mulher linda, que parecia ser modelo, disse que podia ajudá-la. Sabia de seu trauma...desde então, Amy nunca mais foi a mesma, não que fosse antes, mas..digamos que algumas coisas como..sua dieta, sua fé em Deus, que foi perdida e odiada, sua fome..por sangue...
  É, parece que algumas coisas estão voltando na vida desta menina, que não tem consciência nenhuma do que ocorreu há quinze anos atrás. Mas mesmo assim, volta seu passado...”

*                                              *                                                 *

  (POV Caroline)

  - Dave, da para você parar de nos enrolar, e dizer qual a noticia que veio nos dar? – perguntei já impaciente. Após duas semanas do incidente na starbuck’s, Dave me apareceu dizendo que tinha informações sobre as bruxas e o clã maligno de vampiros.
  - Ok, ok. Ouvi dizer por um amigo confiável que eles se encontram no Canadá. – disse ele.
  - Como pode ter tanta certeza? – perguntou Tom desconfiado, ele simplesmente odiou Dave no momento em que eu disse que havíamos brigado e contado os mínimos detalhes. Ele me sentou em seu colo, afagou minhas costas, e tranqüilamente, com raiva no olhar e calma na voz, disse que mataria Dave, que arrancaria seus paises baixos fora, e que queimaria seu corpo para que nada do “traste” sobrasse.
  - Ele esta seguindo eles, é imperceptível. O que é ótimo Thomas, então eu tenho certeza absoluta, confio em tudo o que ele diz.
  - Ótimo. E como, quando, vamos para lá? – perguntou arqueando uma sobrancelha, Tom.
    - Bom, podemos ir de carro, o que demora um pouco, e mesmo correndo não daria tempo de chegarem, então nós temos uma base a mais ou menos 500 kilometros daqui, se formos de carro ainda hoje chegamos na base, são onze horas da noite, chegaremos la perto das seis, e voces podem parar para dormir, montaremos barracas  assim que anoitecer entrarei em contato com meu amigo, partimos no avião particular. E nós tentaremos dormir de dia tambem, para que não haja tantas pausas. – informou ele.
    - Ótimo, nos de dez minutos para prepararmos as malas, e vá ao hospital e consiga-nos bolsas de sangue, umas seis,  a fome volta em breve, se quer que ajudemos, não demore – disse Mary antes que Tom falasse alguma merda.  
  - Esta bem, não demoro – respondeu Dave prontamente já saindo para seu carro.
 
  - Qual o seu problema? – perguntou Mary assim que entramos.
  - Nenhum, eu não sou obrigado a gostar dele, não confio nele tambem. Entao não tenho problema nenhum. – respondeu ele dando de ombros.
  - Fale serio Tom, não amo ele, mas não é tao detestavel assim, só age assim por que quer. – eu disse revirando os olhos.
  Entao Tom e Mary engataram em uma conversa sobre algo que nao me preoculpei em saber.
  Fuck you, Fuckyou very very much...” – tocou meu celular.
  - Tansito, muito transito, chego ai em duas horas, no minimo. – disse Dave, que nem se quer esperou eu dizer alo, do outro lado da linha.
  - Eu posso ir ai e te buscar...mas ai o carro vai ficar ai. – respondi meio indecisa.
  - Há uns tres quilimetros tem um acostamento..eu posso deixar la, e depois pedir para alguem ir buscar, mas então teria que ir de carona com alguám, alias todos iriamos de carona, ja que o meu carro era o unico que tem capacidade e...
   - Ok Dave vou te buscar com a moto, tchau. – disse e desliguei. Os amiguinhos dele vão no carro de Mary e de.
  
  (POV Dave)

  Que saco! Ja faz dez minutos que liguei para Caroline, e, mesmo depois de mau educadamente desligar na minha cara, ela ainda não chegou. Bufei pela decima vez.
  - Hey gata! – chamou um motoqueiro..não espera era uma motoqueirA. Caroline.
  - Que demora garota. – reclamei.
  - Ei caladinho, se não te deixo ai. Mofando -  respondeu ela simplesmente.
  - Estou parado no acostamendo fazem vinte minutos, não pode falar nada – respondi revirando os olhos e saindo do carro.
  - Que seja – disse ela. – Suba, ainda temos que passar no hospital – disse acelerando a moto. Tive que me segurar firmemente nela para não  cair. Nem capacete eu pus, essa menina é louca mesmo.
  - Caramba – gritei – você não cai não?
  - Quieto caçador – respondeu me ignorando. QUIETO? Ela simplesmente quase virou a moto toda para frente e passou por cima de uma outra, e me manda ficar quieto.
  Chegamos no hospital, ela foi atras de suas bolsas de sangue e eu fiquei parado do lado de fora encostado na moto da maluca.
  - Hey lindo, essa Falcon é sua? – perguntou uma mulher vindo em minha direção. Mas nao era uma simples mulher era a mulher. Alta com cabelos cacheados até os meio das costas morenos, olhos castanhos delineados com um lapis preto e um vestido vermelho que marcava suas belas curvas. Muito belas por sinal. Ahn? Ela perguntou da moto? Acho que sim entao..acho que uma mentirinha não faz mal.
  - Sim, gostou? – perguntei dando um sorriso torto.
  - Muito. – disse ela avaliando a “moto” (quer dizer eu). De longe vi de relance Caroline parada observando a cena com um sorriso. Droga, ela deve estar rindo da minha cara, vou mostra para ela. – Pode me dar uma carona? – perguntou ajeitando o decote em v do vestido.
  - Desculpe, ele não pode, nesse momento precisa me levar para casa, depois ele te liga, tchau querida – Caramba! De onde surgiu esse ser? Do nada Caroline ja estava do meu lado dando dois beijinhos na cara da moça que ficou completamente confusa e até um pouco frustrada.
  - Caramba menina! – exclamei quando a morena peituda foi embora.-  Sua estraga prazeres – fiz bico.
  - Dave não ia deixar aquela prostituta andar no meu bebe – disse passando a mao na moto como se fosse uma criança. – Ela dar em cima de voce, é até ilario, mas agora sentar aquela bunda imunda dela aqui, nunca, mas nem morta.
  - Ela não era prostiuta – reclamei.
  - Era sim seu tapado, vocês homens viu – reclamou de volta subindo na moto. Tenho que admitir, ela ficava muito sexy nessa moto, com o cabelo bagunçado, e esse ar de avenureira. Ela que não me ouça dizer isso.
  Subi na moto e fomos em silencio para a casa de Caroline. Ao chegar la o tal de Tom me olhou torto.
  - Porque demoraram tanto? – perguntou desconfiado. ‘Tava pegando a Carol na moitinha seu troxa’ pensei. Credo, esse cara é chato. Ri com esses pensamentos o que fez Mary nos olhar desconfiada com a sobrancelha erguida e rir, e Tom nos olhar com ódio, mais expecificamente para mim. Foi algo do tipo: Vou te matar.
  - Dave ficou paquerando uma prostituta – explicou Caroline de pois de me lançar um olhar reprovador e revirar os olhos.
  - Não perde tempo em garoto, você é mesmo “o caçador”...de meninas – riu-se Mary. Revirei os olhos.
  - Vocês são tão retardados mentais – disse Tom sentando-se no sofá.
  - É Tom, só nós somos normais – disse Caroline. Por algum motivo a proxima cena me deixou irritado..
  Caroline sentou no colo de Tom e o beijou calorosamente... Ok ok. Não foi isso o que aconteceu. Ela apenas sentou no colo dele e lhe deu um estalado beijo na bochecha, mas ao meu ver pareceu muito mais. Fiquei irado, e dei a desculpa de ter que respirar ar fresco para nao cometer uma loucura. Algo dentro de mim rugia, queria arranca-la dali e matar Tom.

Em algum lugar...
           
(POV desconhecido)

  - Você tem feito um ótimo trabalho, devo admitir – disse ele.
  - Obrigado – agradeci meneando a cabeça para frente. – Sabe que vai contra meus principios..
  - Sim, por isso o admiro muito. Estas a nos ajudar, és muito corajoso por isso – disse com seu sotaque ingles e seu linguajar antigo.
  - Sabe que se isso não der certo..sabe que tem esse risco certo? De que tudo podera dar errado, e ele se rebelar – disse eu calmamente.
  - Sim, mas teremos a “proposta” para ele, e tudo dara certo..Dave é o melhor, e se algo der errado, ele mesmo se encarregara de matá-lo, então não temos com o que nos preoculpar.
  - Receio que Dave fracasse, e estara tudo perdido caso isso aconteça – comentei.
  - Ele não ira. Foi você quem o recomendou, acredito ter feito a escolha certa – disse ele pondo a mão no meu ombro.
  - Certo. Mas me diga, e como vao as coisas com os escolhidos? – perguntei tentando aliviar a tensão no ar.
  - Ah sim, consseguimos uma que resistiu a transformação. A garota sofreu de mais. Acho que é efeito da maldição que rogamos á eles – disse ele.
  - Ótimo. A escolhida sera a ultima certo? – perguntei. A escolhida. Temia por ela. Ele sabia disso. O sacrificio a qual nos referiamos, não era bem o que os outros pensavam...
   Mas o que eu não faria para salva-la de sua doença?

*                                      *                                                       *
 
  (POV Caroline)

  Estava sentada no banco do carro de Mary, com Dave no volante e Mary dormindo no banco de tras, e Tom dirigia minha moto, era o unico alem de Mary que eu deixava dirigir, e os outros caçadores estavam no carro de Tom, que deixou com a maior carranca do mundo a chave nas mãos deles. Ja eram oito horas da noite, o ceu não tinha lua e estava morrendo de sono, havia apenas tirado um breve cochilo um de quase uma hora no carro e despertara ja havia meia hora. Eu e Dave por vezes trocamos palavras, nada muito interessante. Ah que nada, a coversa tava tão boa que eu até cochilei agora...

  Caroline!! – chamou a megera.
  - Sim senhora – respondi de cabeça baixa e quase tropeçando em meus trapos, os trapos que ela me obrigava a usar em quanto papa não estivesse em casa.
  - Você sua inútil ainda não lavou minhas roupas, queres apanhar? – perguntou apontando-me o dedo.
  - Não senhora –respondi prontamente engolindo em seco. Ela andou até o outro extremo da sala e pegou um pedaço de madeira da lareira. – Sinto muito, isto nao vai se repetir. Eu juro – respondi choramingando quando ela fez menção de me bater. Outro roxo e não aguentaria ficar de pé, e apanharia mais.
  - Va para o porão, fique la e só saia quando adormecer, e nada de levar roupas ou comida, direi ao seu pai que esta indisposta – ordenou ela.
  - Senhora, eu sinto muito, não me deixa lá – disse ja com lagrimas ameaçando a cair. Ela levantou o pedaço de madeira e jogou-o contra minhas costas, fazendo-me cair contra o frio chão.
   - Vá logo, antes que fique lá por mais dois dias.
   E assim o fiz, fiquei lá, sozinha, como era de costume. Ouvi passos e presumi ser papai, ele provavelmente jantaria com a megera, megera não era seu nome, mas se fosse não faria diferença.
  E no escuro, sozinha, com fome e frio, eu adormeci. Ultimamente, ficar só tem sido meu refugio. Ali eu encontrava a paz. Nao precisava fingir sorrisos, ou disfrarçar o choro, apenas chorava até sentir que não haveriam mais lagrimas, mas elas sempre vinham, e quando vinham, eu havia de segura-las, engoli-las, e sorrir, como a boa criada que megera me condena a ser. Eu não preciso fingir...não no escuro, na calada da noite sozinha em meus prantos.
 Minha linha de raciocinio foi interrompida pela megera entrando no porao com um ferro em brasa.
  - Ah queridinha, seu papa estas muito bravo- disse ela sorrindo malignamente. – Por que mentiu para a sua querida madrasta e disse que estava indisposta, se quando seu papa subiu a seu quarto para desejar-lhe boa noite, o quarto e a cama encontrvam-se sozinhos?
  - Mas..eu não fuji, estou aqui! – exclamei.
  - Não. Voce fugiu, que feio não? – perguntou com sarcasmo. – Não acha qe merecia um castigo?
  - Não eu..
  - Calada! – ordenou. E veio com o ferro em minha direçao, fechei os olhos, e silenciosas lagrimas escorriam freneticamente por me rosto, e não pude conter o grito que veio junto ao ferro marcando minhas costas....
  Cicatrizes ficarão para sempre. Frente a frente com a morte. Um momento que parece melhor. A escuridão e a luz estão bloqueando a visão dela. Ela não está voltando. Ela não consegue dormir porque o tempo continua..As mãos de alguém estão tocando ela, ela não tem nenhum desejo...Ela simplesmente não se importa. As memórias dela estão indo embora - Tokio Hotel on the edge”

  - NÃAAO – gritei assustando Dave que estava cochilando também. Passei a mão no cabelo e percebi que estava suada, e chorando freneticamente.
  - Caroline, o que houve? – perguntou assustado. Olhei para tras e constatei que todos tinha parado para dormir e que Mary provavelmente tinha ido junto a Tom caçar.
  - Apenas..lembranças – respondi tentando acalmar meu coração que só faltava saltar para fora do peito.
  - Quer conversar sobre isso? – perguntou com certa incerteza na voz. Sim. eu queria conversar sobre isso, pois ja havia tempos que não tinha esses sonhos recordações. Mas falaria com Mary ou Tom. Não quero mostrar a Dave, minha pior fraquesa.
  - Não, foi apenas um breve pesadelo, não irá se repetir, lhe garanto – respondi ja parando de chorar e controlando minha voz.
  - Ok, se assim prefere – disse ele dando de ombros e virando-se para o lado.
  Dez minutos depois, eu cochilei, e novamente tive esse sonho. Mas Dave, ja sem paciencia apenas se aproximou e disse:
  - Não me bata – e me abraçou. Simples assim. Deixei-me ser abraçada, mesmo que por ele, e chorei, novamente derramei lagrimas sobre megera. Olhei para o ceu, e constatei ser uma noite sem lua, mas logo amanheceria, e teria que montar a barraca para não virar churrasco. Acho que meu futuro, sempre foi fugir do sol, pois é na escuridão que encontro a paz, a solidão e o conforto.
  O pior é ter o poder de controlar sonhos, mas não poder mover um dedo sobre os meus proprios sonhos..


Na Escuridão
Eu tenho escrito canções (No Escuro)
Eu me senti inspirada (No Escuro)
Eu me escondo (No Escuro)
Costumava estar com medo (Do Escuro)
Esses na luz sabem que morreremos (No Escuro)

Tem uma luz artificial aqui.
Minhas falhas escondem bem aqui.
Eu costumava ficar com medo de barulhos atravancados.
Agora eu estou com medo do silêncio.

Preencha esse espaço, palavras ociosas.

Eu estou morrendo de medo da luz e do silêncio.
Jesus, mate-me dentro disso.
Me levante para a vida de novo,
Como Você fez, como Você fez.

Agora eu estou muda apesar de mim mesma,
Todos eles se foram.
O silêncio que me detona,
As palavras ociosas me abandonaram e eu sobrei pra me encarar.

Eu seguro incontáveis por cada palavra ociosa.
Praga de palavras ociosas...

Eu estou morrendo de medo da luz e do silêncio.
Jesus, me cue dentro disso.
Me levante para a vida de novo,
Como Você fez, como Você fez.

A glória nos mostra, nos expõe.
Eu estou nua aqui, abandonada aqui,
Pelo Escuro, pelo Escuro, pelo Escuro, pelo Escuro

Eu estou morrendo de medo da luz e do silêncio.
Jesus, mate-me dentro disso.
Me levante para a vida de novo,
Como Você fez, como Você fez.