“Até quando você pagou o suficiente, colocou tudo em ordem, ou realizou tudo? Fica a lembrança do bem e do mal...tenho certeza que tudo terminara no lugar. Voce talvez vença, ou perca. Mas ser voce é tudo o que tem que fazer.” Be yourself – Audioslave.
Isabella Segatt.
“- Manheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee – chamou a menina. Acabara de ter outro pesadelo. Nele, ela estava sendo mordida por um homem lindo, ele drenava todo o seu sangue. Isso deixava a garota assustada. Isabella tinha quatorze anos e caminhava lentamente para os quinze. Era uma menina linda, tem cabelos castanhos e enrolados nas pontas, e olhos igualmente castanhos. Simplesmente lindo, seus olhos chocolate profundos, por mais que ela não perceba, são causadores de inveja perante as meninas de sua escola.
- Outro pesadelo filha? – pergunta a mãe sentando-se na beirada da cama da garota. Eram três horas da manha e a mãe da garota iria ter que se levantar daqui a três horas.
- Sim mãe – respondeu ela.
- Foi só um pesadelo querida, volte a dormir, amanha você tem aula – dissera a mãe. E assim a menina o fez.
No dia seguinte foi para a escola. Lá ela era muito querida, conhecia quase toda a escola, e era amiga de todos, fazia parte do jornal da escola, e só tirava notas boas.
Seu aniversario chegou, um grande baile de debutante foi dado. Vizinhos, amigos, e familiares, todos se encontravam lá.
Sua mãe pedira para que a garota fosse até a garagem da grande mansão pegar algo dentro do carro.
No caminho, ela se deparou com um homem que lhe era muito familiar, e justamente por ele ser familiar, ela passou reto, achando ser algum de seus vizinhos.
Estava enganada.
Ele, não era um vizinho.
Ele era o homem que em seus sonhos drenava o seu sangue.
E ela simplesmente passou reto, por ele, e ainda deu um aceno com a cabeça. E na volta, a menina viu-o novamente e ficou alguns minutos tentando reconhecê-lo, ele então aproximou-se e perguntou.
- Isabella Segatt? – a menina suspirou aliviada. Ele devia ser algum conhecido ou parente distante. Ela sorriu docilmente.
- Sim.
- Feliz Aniversario – desejou-lhe.
- Obrigado – respondeu a garota dando um sorriso gentil.
- Pena que será o ultimo – e mostrou suas longas e pontiagudas presas. Isabella tentou correr, mas o ser misterioso era mais rápido e já estava a sua frente novamente.
E como se uma lembrança ressurgisse, ela lembrou-se do sonho.
Ele era o homem do sonho.
Esse era o sonho, e o sonho tornou-se realidade.
Mas o sonho era um pesadelo.”
* * *
- Caroline, ja vai amanhacer, venha para a barraca, ja montamos ela. – disse Mary batendo no vidro do meu lado.
- Esta bem – disse me separando do abraço de Dave. Apenas dei um sorriso meio constrangido antes de sair.
- O que houve Carol? – perguntou vendo que eu ainda tinha lagrimas nos olhos.
- Eu sonhei Mary, de novo. Ja fazia tanto tempo que nao tinha esses sonhos, que agora me abala mais – confecei.
- Ow Carol, sinto muito – disse ela me puxando para um abraço, e novamente eu chorei. Droga! Eu odeio chorar. Odeio como isso mostra minha fraqueza, principalmente sobre isso. Odeio-me por ter desabado na frente de Dave, justo a ultima pessoa para quem deveria chorar, eu choro, que droga.
- Vem, vamos entrar – disse Mary separando o abraço e perebi que estavamos ja na frente da barraca.
Entramos e vimos Tom dormindo com uma mao da barriga e a outra na cabeça, foi impossivel nao rir dessa cena. Mary pegou o celular e quando pensei que tiraria a foto, ela saiu silenciosamente da barraca, logo voltou com uma banana na mão, e, com a delicadesa que só vampiros tem e cuidado, pos a banana na mao dele e fotografou. Só que como estava escuro, ela teve que por flesh, e o flesh acabou acordando o ‘macaquinho’.
- Que merda é essa? – perguntou o proprio olhando a banana que acabara de jogar no chao.
- Nada nao, tava só comendo essa banana, mas ela caiu em voce sem querer, sera que pode me devolver? – mentiu Mary descaradamente. Eu JURO que tentei segurar o riso, mas assim que ela saiu da barraca descascando a banana e dando uma mordida nela, eu nao pude evitar e cai no colchao rindo feito uma louca. Tom olhava para mim com cara de “ você tem problemas garota”.
- Carol! – exclamou ele subitamente. – Você andou chorando? – perguntou. Droga, como ele percebeu?
- Como percebeu? – acabei perguntando.
- Seus olhos, estao um tanto verelhos e ainda ha lagrimas neles.
- Ah – suspirei. – Eu sonhei de novo – disse baixinho.
- Oh pequena vem aqui – disse ele batendo ao lado de seu colchao. Sentei-me e ele me abraçou, e disse simpliesmente: Você sabe que é só passado nao é? Sabe que agora é tão diferente, que nem a mesma comida voce come – comentou ele me fazendo rir. – Carol, deixe seu passado para tras, sei que ja te disse isso tudo antes, mas voce tem que superar. Foi voce quem riu por ultimo, elas morreram, e voce continua aqui, lutando contra aqueles que se acham bons. Voce cresceu em sentidos de enteligencia, e viu o tao misterioso futuro, aquele que ninguem sobreviveu para contar, ninguem alem de nós, vampiros.
- Sim Tom. Eu sei disso, mas talvez eu nao quisesse ter sobrevivido – disse e percebi que havia falado de mais.
- O que? Como assim talvez nao quisesse ter sobrevivido? – perguntou levantando da cama e ficando proximo a mim.
- Bem, voce sabe que fui abandonada na quela estrada nao é? Bem, eu nao havia sido abandonada na quele dia, mas sim uns dois dia antes, ja tinha perdido a noçao de tempo.
“ Eu acordei em um lugar deserto, as vezes pessoas a cavalo passavam por lá, mas nao me davam atençao pensando que eu era uma mendinga. Eu nao os culpava, meus trapos e minha aparencia suja e magra ajudava muito nesse pensamento. Por horas andei a procura de algo par comer. Ate que achei um pedaço de vidro, mas ja estava muito fraca, sentia que a qualquer hora iria desmaiar. E sentia que nao acordaria mais.
Precisava acabar com essa sensaçao. Meu estomago revirava e o ar ficava cada vez mais escasso. Meu corpo doia enteiro, e levantar o pedaço de vidro foi um sacrificio, ja estava me arrastando ao acha-lo e quando estava prestes a cortar-me o pulso, a escuridao abateu-me. O último desejo dela continua sem ser dito – Tokio hotel on the edge.”
- O resto voce ja imagina, voces me encontraram, me trasformaram.
- Por que nunca nos contou isso Carol? – perguntou Tom me abraçando.
- Não queria que soubessem que tentava me matar, talvez pensassem que eu era louca e me abandonassem, mas com o tempo virou apenas uma memoria perdida.
Na quela “noite” tardei a dormir. Podia ver a luz solar atravez do tecido claro da barraca. E isso me incomodava. Dava a sensaçao de que eu iria pegar fogo a qualquer momento. Isso era estranho.
Mas logo que dormi, a sensaçao passou, e eu não tive sonhos.
(POV Dave)
Por mais que estivesse cansado, não conseguia dormir. É muito estranho estar tentando dormir de dia, então tardei um pouco a dormir.
Nesse tempo, fiquei pensando. Pensando na pedra. Pensando em vampiros. Pensando em como isso vai contra nosso conceito. Pensando nela.
(POV Caroline)
Acordei e me encontrei sozinha na barraca. Virei de lado e achei um bilhete.
“Carol, Tom conseguiu perder as bolsas de sangue. Ele é um idiota.
Fomos atrás e mais, você estava dormindo então achamos melhor não te acordar, traremos uma para você. Se ele não perder, é claro.
Beijos,
Mary Lee”
Ótimo, logo agora que acordei faminta. Suspirei.
Percebi que lá fora o silencio era absoluto. Olhei meu celular e constatei que ainda eram sete e meia da noite, provavelmente eles foram dormir tarde. Deveria ser difícil desapegar a essa rotina de dormir de noite e não de dia para eles.
E essa pedra louca? UAU. Por mais que eu tente, não me parece tão conveniente que estejam atrás de uma pedra boba. Foda-se que os vampiros e humanos vão morrer. O mundo esta um lixo mesmo, seria até bom. Mas também, os humanos acham que podem mudar alguma coisa, até parece. Depois que a merda esta toda feita, não tem mais como mudar, deveriam ter pensado nisso antes, agora, já não fará mais efeito. Essa pedra até que poderia ser uma “salvação”. Mas já que me comprometi a dete-los, não posso mudar agora.
De repente uma forte dor de cabeça me atacou. Dobrei meus joelhos em posição fetal e de repente imagens começaram a passar por minha cabeça. Via dois bebes gêmeos. A mãe estava morrendo, e eles estavam a mordendo, como vampiros. Levei as mãos a cabeça. Depois um homem chegava e com um corpo na mão, o corpo de um homem, e pegava os bebes sorrindo. E, em uma velocidade vampiresca, correu. A dor de cabeça aumentou.
“– Quem são esses? – perguntou uma mulher alta, de longos cabelos lisos e negros, e olhos verdes.
- São os aequo* - Respondeu um homem, cujo trazia duas crianças, de aparentemente cinco meses.
...
- O que temos que fazer? – perguntou uma menininha de aparentemente cinco anos. Ela olhava para uma mulher, ela estava ajoelhada a sua frente. Seu irmão estava também a seu lado e encarava a mulher também com curiosidade.
- Esta vendo aqui? – apontou para o pescoço da mulher, especificamente a sua jugular, o homem mais velho. As duas crianças assentiram. – Esta é uma veia jugular crianças. É aqui que vocês vão saciar sua fome.
- Mas pensei que aquele liquido vermelho já fizesse isso – argumentou o menino que até então se encontrava calado.
- Este liquido vermelho chama-se sangue. E esta dentro do corpo da mulher. Em casa explicar-lhes-ei melhor crianças – respondeu o vampiro mais velho.
- Mas se o sangue – frisou a menina – esta dentro da mulher, como vamos tomá-lo? – perguntou.
- Vocês tem suas presinhas certo? – falou a mulher. E os dois assentiram. – Então. Vocês devem cravá-las na jugular – e apontou novamente onde ficava a veia – para que o sangue saia.
Então a menina foi a primeira a aproximar-se da vitima, que permanecia sentada e inconsciente. Ela gostou do cheiro aparentemente, pela cara que fez. Ela inclinou a cabeça sobre a pobre moça. A menina podia sentir o sangue pulsando em suas veias, ela podia vê-lo correr e isso lhe dava água na boca. Ela inclinou ainda mais a cabeça e encostou os lábios na pele do pescoço da mulher. Então, ela abriu a boca e cravou seus dentes lá.
A mulher abriu os olhos, e um grito estrondoso ecoou pelo cômodo.
Mas o grito não vinha da mulher.”
O grito era meu! Minha cabeça parecia estar a ponto de explodir, meus olhos, já apertados com força, eu apertei ainda mais, e estava encolhida em posição fetal. Percebi que chorava, um choro auto que mais pareciam gritos de dor. E tão rápido quanto veio, a dor passou. Assim que todas as lembranças, se é que isso eram lembranças (não minhas com certeza) acabaram, sem mais imagens, nada. Um silencio tão opressivo que chegava a gerar mais dor, chegava a ser tão insuportável quanto a dor das imagens. E mais uma vez gritei, na verdade, berrei. Há essa hora já devia ter acordado todos, mas a dor era tanto que nem sequer abrir os olhos eu podia. A dor do silencio. Dor da solidão. Que logo passou, mas ainda não consegui parar de chorar, soluçar, e, neste ponto, tremer. Sim, estava tremendo. Senti braços ao meu redor, mas ainda não conseguia abrir os olhos, simplesmente deixei-me ser abraçada. Pelas batidas do coração, e o cheiro, os braços eram de Tom.
- Shiii, esta tudo bem Carol, esta tudo bem – tentou confortar-me Tom. – Foi mais um sonho? – perguntou. Apenas neguei com a cabeça. Ainda tremia. Continuava de olhos fechados. Tinha medo do que poderia ver se os abrisse. – o que houve então Carol, para que você ficasse assim? – novamente perguntou. Senti uma forte rajada de vento, e percebi que me arrastara para fora, provavelmente a busca de socorro. Continuei de olhos fechados. E simplesmente respondi, com voz entrecortada.
- E-ee-eu me-ei-o qu-u-e vi u-umas lembran-ças sobr-e-e duas crianças, eu n-ã-o sei, eu. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI – gritei novamente. A dor havia voltado, e ao mesmo tempo sumiu. Eu apenas me prendi totalmente ao corpo de Tom, quase chegando a esmagá-lo. Senti sua respiração mudar, para um tom descompassado e senti seu compro se retrair em direção a algo. Não era eu.
Ao mesmo tempo pude ouvir o barulho de um baque.Nesse momento senti-me sendo levada por Tom para o lado de fora, então, novamente, seu corpo se retraiu em direção a algo, e ele me soltou no chão. E abri os olhos. Vi Dave desmaiado no chão, com uma estaca atravessada em seu ombro esquerdo. E senti minhas presas nascendo, minha boca salivar. Ouvi um rosnado. E de repente alguém que identifiquei como Mary correr em sua direção, como se fosse uma presa, mais uma de nossas caças. O que na verdade, ele era.
(link da musica:www.youtube.com/watch?v=ypY_RpBmcZk)
Zumbi
Eu não estou te ouvindo
Estou perambulando até o fim da existência
Sem propósito e sem controle
Porque no fim, estamos todos vivos, vivos
Dois mil anos eu fiquei vigiando
Esperando o dia tremer
A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça
Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você que me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta
Sopre a fumaça imediatamente dos canos
Beije suavemente meu ardente machucado,
estou perdida no tempo
E também todas as pessoas deixadas para trás
Você está caminhando mudo e cego, cego
E dois mil anos eu fiquei vigiando
Esperando o dia tremer
A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça
Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta
Eu estou morta, estou morta
A todos os prezados que já me injustiçaram
Eu sou, eu sou um zumbi
Novamente, novamente você me quer para cair na minha cabeça
Eu sou, eu sou, eu sou um zumbi
Olá, Olá, Olá você me empurra
Para ir, ir, ir, antes de me cair, cair morta
Bem espero que tenham gostado
comentarios?
beijos